TEATRO POEIRA

09 SET a 22 OUT
TER e QUA 20h

Escrito e interpretado por Rafael Souza-Ribeiro, com direção de Dulce Penna e produção da Pagu Produções, JONATHAN confronta os legados do colonialismo e celebra a força criadora de uma juventude negra, periférica e viva. O espetáculo estreou em 2023, e recebeu duas indicações ao Prêmio Shell de Teatro daquele ano, pela dramaturgia e pela direção.

A inspiração para a peça veio em 2017, quando Souza-Ribeiro, o Rafuda, leu em um jornal a história dessa tartaruga centenária. Jonathan, com seus 193 anos completados em 2025, é o animal terrestre mais velho do mundo, e há mais de um século é o ícone maior da longínqua ilhota de Santa Helena, onde estampa camisetas, bonés e até a moeda de 5 centavos. Colonizada pelos ingleses, Santa Helena, cravada no oceano entre África e América, é um dos lugares mais ermos do mundo. E Jonathan acaba levado pra lá como um presente da Rainha Vitória à população.

A história provoca a dramaturgia, que passa a perguntar que direito é esse de ocupar, decidir, colonizar? Colonizar terras, corpos, afetos.

A ficção me permitiu desobedecer a História e dar voz a quem foi silenciado. Jonathan é uma peça sobre o que permanece e o que precisa mudar. E sobre como um corpo em movimento pode conter um mundo inteiro”, diz o autor.

Jonathan é aqui a tartaruga mais velha do mundo, hoje com 193 anos. E é também o jovem de 17 anos responsável por cuidar desse animal. 

Partindo da longeva biografia da tartaruga centenária, o espetáculo acompanha o processo de amadurecimento de Jonathan, às voltas com a realidade de ser um jovem negro num mundo que o quer calado e invisível. Mas aqui ele resiste, e remonta com sua voz e corpo a história da Ilha onde vive, da tartaruga e da família. E assim se faz protagonista.

Escreveu a crítica teatral Daniele Ávila Small: “A criação de Rafael Souza-Ribeiro não é alusão nem comentário. É reescritura da História, poema épico anticolonial orgulhosamente corporalizado no rés do chão do teatro, narrado de cor, descalço e em pé, com um sotaque carioca característico de uma juventude periférica que trama sua linguagem na rua e nas redes. Sua capacidade de articulação entre humor, crítica social e ternura explode e submerge um enclave colonial no fundo do Oceano Atlântico. Homero que lute. Rafael é rapsodo latino-americano do século XXI.

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Sinopse

Jonathan, aos 17 anos, é obrigado a zelar pela vida da tartaruga mais velha do mundo. O que poderia ser apenas rotina se transforma numa saga sobre tempo, poder e sobrevivência.

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Texto e atuação: Rafael Souza-Ribeiro
Direção: Dulce Penna
Direção de produção: Carolina Bellardi (Pagu Produções Culturais)
Preparação corporal: Luciano Caten
Figurino: Carla Ferraz
Desenho de estampa: Verônica Bechara
Costura: Ateliê das Meninas
Visagismo e maquiagem: Diego Nardes
Iluminação: Paulo Denizot
Cenário: Dulce Penna e Dodô Giovanetti
Cenotecnia: Dianny Pereira e Dodô Giovanetti
Trilha sonora: Arthur Ferreira
Operação de som: Eder Martins de Souza
Assessoria de imprensa: Lyvia Rodrigues (Aquela que Divulga)

Mídias sociais: Claudio Lima [Bacana Comunicação]
Arte gráfica: Ludmila Valente (Brainstorm Design)
Fotografia: Roberto Carneiro, Renato Mangolin e Sabrina Paz
Realização: Verde Flecha Cultural

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DURAÇÃO: 75 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos
CAPACIDADE: 150 espectadores